Relações familiares

Ela era a mais nova das mais velhas e eu a mais velha dos mais novos. Costumava dizer que o meu pai, enquanto seu padrinho de baptismo, era como se fosse o seu segundo pai. E foi assim que sempre foi tratada lá em casa. Sempre gostou de passar férias connosco e de dizer que para além de afilhada do meu pai era ainda madrinha de alianças da minha mãe (uma invenção do padre, que pegou e lhe caiu bem), sentia que isso a tornava ainda mais especial.


Apesar de alguma diferença de idades sempre fomos muito próximas, olhando à distância, acho que eu crescia para me aproximar da sua idade e ela tornava-se mais criança para se aproximar da minha. Na sua adolescência sempre foi a menina do papá e sempre deixou que decidissem a sua vida, depois cresceu e percebeu que as suas decisões a si própria pertenciam.

Agora temos filhos, cada uma tem a sua própria família, mas o laço, que é para a vida, mantém-se. Neste momento são os nossos filhos que, com uma diferença de idade menor que a nossa, já adoram estar juntos. Apesar de muito pequeninos inventam em conjunto inúmeras brincadeiras, aprendem disparates uns com os outros e vão perguntando quando podem voltar a ver-se. O circulo fecha-se  e repete-se e é assim que definimos as  nossas relações familiares. Não interessa se somos irmãos, tios e sobrinhos ou primos em 1º, 3º ou 4º grau. São os momentos e as pessoas que nos estão gravadas na alma e que nos fazem falta que definem quem é a nossa família.

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