Parabéns Avó "Malhena"!

E o bolo que a MR decorou para Avó não ficou lindo?!

Eu fiz a massa e depois, com o material das plasticinas, fizemos flores, bolas, corações e alguns animais que ainda estamos para perceber o que são.
Como a MR acha que a Avó faz quatro anos, colocámos-lhe quatro velas!

Acho que a avó vai ficar contente, com o bolo e com os quatro anos que a neta lhe dá!

Foto de Girassol - Maio 2011

Aviso!

É possível que nos próximos tempos possam por aqui aparecer textos de um, até agora apenas leitor, daqui para a frente também escritor convidado neste blog - Buscassóis. Serão também por ele colocadas fotos a partir das quais eu escreverei textos - um desafio!

Estejam atentos!
Foto de Buscassóis - Maio 2011

Lingua portuguesa

- Óh mãe... o sapo Zé está sozinho... onde está a mãe sapa e o pai sapo?

- A Guica é Sousa, o pai é Souso, a mãe é Sousa e o mano é Souso.

- A Guica é a mãe Joana e o mano é o pai Joano.Tu és a filha, está bem?


A língua portuguesa é realmente traiçoeira! Como é que se explica a uma criança de 2 anos e 5 meses que a regra para o feminino e para o masculino nem sempre é a mesma?
 Mas as questões entre masculino e feminino não se esgotam aqui...

- Os meninos têm "piuinha" e as meninas têm... ai... mãe... como se chama?!

Ai meu Deus... e ainda a "procissão vai no adro"!

Espero estar de volta...

Mary Stevenson Cassatt's 1901
"Mother and Two Children”
Precisei de tempo para me reajustar à minha nova condição de mãe de duas crianças. Se já me reajustei?! Não... mas percebi que tenho que deixar correr o tempo e de qualquer das formas arranjar 10 minutos por dia para aquilo que me dá prazer: para  escrever, para ler, para me entregar apenas a pensamentos e à minha imaginação. 

Ter dois filhos lindos e fantásticos só será recompensador se a mãe conseguir ter vida para além deles. Caso contrário será sobretudo esgotante... 

Espero conseguir voltar, se não todos os dias, pelo menos todas as semanas!

Personagens quase invisíveis...

Estava sentada num banco de jardim. À sua volta viam-se jovens, crianças, famílias inteiras que passeavam e aproveitavam o dia de sol. Ela estava só e o seu olhar entorpecido perdia-se numa garrafa de cerveja.

Vestia-se como uma hippie. Teria 40 e tal anos, cabelo curto e calçava sandálias. Debaixo do banco, que partilhava apenas com a sua mala e um saco de supermercado, escondiam-se garrafas de bebida: duas ou três minis e uma garrafa de uma qualquer bebida espirituosa. Dentro do saco de supermercado podíamos ver gargalos e caricas que espreitavam. Sabia-se que pouco faltaria para essas também se juntarem às garrafas vazias debaixo do banco. Era só uma questão de tempo...

A forma como parecia falar com a garrafa que tinha na mão deixava perceber que aquelas não teriam sido as primeiras bebidas do dia. Estávamos no final da tarde e para si o sábado teria sido certamente muito longo...

Parecia triste, não, não bebia para se alegrar, bebia para se afundar ainda mais. Bebia porque precisava de bater bem fundo. Não se queria distrair dos seus problemas, queria recordá-los e recordá-los e continuar a recordá-los. Queria recriminar-se e sofrer pelos seus erros, por aqueles que a levaram àquela situação. Merecia-o - pensava.

E assim o mundo continuava a girar: as crianças continuavam a rir e a dar gargalhadas por tudo e por nada; os cães passeavam com os seus donos; os pais brincavam com os filhos; o benfiquista meio louco continuavam a passear-se na sua bicicleta e a ouvir a sua música e ela ali estava. Só e atormentada. E naquele sábado perfeito ninguém reparava nela, ninguém se queria incomodar, ninguém a queria ver. 

Tinha-se tornado invisível...