Primavera?!?!!?

Este tempo que, visto de dentro de casa, me parece quase de Primavera, em que o Sol brilha e nos dá a antecipação de um fim-de-semana fantástico, dá-me um "Bom Feelling"!


Aviso!

Avisam-se todos os regimes totalitários abaixo identificados nos vários tons de laranja que afinal a "sede de democracia", felizmente, é contagiosa!

Cuidado!

Esta imagem provém do Wikimedia Commons


~Key: Full democracies:
   9-10
   8-8.9
Flawed democracies:
   7-7.9
   6-6.9
Hybrid regimes:
   5-5.9
   4-4.9
Authoritarian regimes
   3-3.9
   2-2.9
   0-1.9

Sonos

O nosso corpo é realmente uma máquina fantástica. Quando precisa de comida avisa que temos que temos fome, quando "se estica a corda" e se aumenta o ritmo de trabalho ou as preocupações, há pessoas que são avisadas por arritmias, taquicardia e outras, se grávidas, por contracções fora de tempo.
Como diz a Oprah, ainda que relativamente a relacionamentos e infidelidades "there are always signs", por vezes nós é que não os queremos ver.
O nosso corpo, salvo se estiver "avariado" ou como geralmente se diz, doente, costuma sempre saber o que é melhor para nós, e é como o cliente: "tem sempre razão". 

Relativamente ao sono, por exemplo, é muito raro respeitarmos os desejos e as necessidades do corpo. Dormimos sempre menos do que aquilo que necessitamos e somos todos os dias bruscamente acordados e impelidos a sair da cama por despertadores barulhentos.

Bem, felizmente a privação de sono apesar de acontecer à grande maioria não acontece a todos e cá em casa, pelo menos as crianças, dormem tudo aquilo que o seu corpo lhes exige. O mais pequeno, obviamente, dada a tenra idade, pouco mais faz do que comer e dormir. Já mana não, tem os dias preenchidos com brincadeiras e actividades. Mas quando chega a hora de ir para a cama, chega a hora de ir para cama! Tem os seus rituais: lavar os dentes; vestir pijama; escolher uma história que a mãe ou o pai contam e apagar a luz. Tudo por esta ordem. Mas é certo que estes rituais lhe dão segurança e poder na situação: por conhecer todas as variáveis; não haver surpresas (como se quer antes de dormir) e por lhe darem um conhecimento prévio do que vai acontecer. Assim ela sente que controla e gere todo o processo de forma tranquila.
Sempre lhe disse que dormir é muito bom, sempre a levámos para o quarto dizendo "adeus, boa noite!" aos avós, ao pai  ou à mãe (dependendo de quem a leva para cama nesse dia) ou aos passarinhos. Nunca escamoteámos a situação para a pôr a dormir. E quanto a mim, ainda mais importante, sempre respeitámos os seus ritmos e a deixámos descansar tudo aquilo que precisa. É raríssimo termos que a acordar e sempre que temos que o fazer custa-nos imenso... 

Sempre optámos por a deitar cedo para que possa descansar aquilo que o seu corpo pede. Durante a semana, até ter 18 meses a MR dormia 12h certas. Deitava-se às 19h30 e acordava às 7h30. Depois reduziu gradualmente as suas necessidades e passou a dormir 11h por noite. Neste momento vai para a cama pelas 20h30 e acorda pelas 7h30. Durante o dia ainda dorme a sesta, cerca de 2h quando está em casa e hora e meia na escola.

Poder-se-ia pensar que estes horários são exigências dos pais, mas não, são exigências normais do corpo de qualquer criança, que nós como pais temos apenas que ouvir e interpretar.

Ontem pela primeira vez a MR não quis dormir a sesta. Estava excitada com a visita de duas amiguinhas e depois de várias tentativas percebemos que não ia mesmo dormir. Ao final do dia acabou por ir para cama pelas 19h15, adormeceu de imediato e levantou-nos a nós pais a dúvida se, por sistema seria correcto, sendo ela ainda tão pequenina (apenas dois anos) retirar-lhe as duas horas de sesta. 

Conseguem imaginar o que aconteceu? O corpo é mesmo infalível! As suas 13h de sono diárias foram respeitadas e a MR dormiu das 19h15 às 8h15 e acordou fresca e bem-disposta! De facto nós pouco mandamos, o corpo é que decide e desde que lhe proporcionemos as condições ideais, toma as suas decisões.

A carta da morte

Não consigo apagar da minha cabeça as imagens que, não vendo, imaginei. Imagens que sobrepus às visionadas e que me lançam num mar de desconforto, apreensão e que me deixam incomodada. A única coisa que vimos foi uma cozinha, com uma mesa e um frigorífico. Vimos um sapato caído. Vimos inúmeras vezes a janela com as persianas ainda abertas. Imagino o cão que agonizou durante semanas sem água nem comida até que se esvaiu e se consumiu nessa morte lenta. Prefiro imaginar que a sua dona teve morte imediata. Não consigo pensar noutra que não uma morte súbita. Não consigo nem quero. 

No dia em que soube a notícia acordei várias vezes durante a noite e antes de adormecer lá me vinham à cabeça estas imagens macabras. Pensava na dor que alguém deve sentir quando partimos e pensava nestas pessoas que não têm quem lhes sinta dor, quem lhes sinta saudades ou quem se preocupe verdadeiramente. Pensava se todos nos deveríamos sentir culpados por situações como esta e acho que era isso que no fundo me assombrava, a culpa.

Como é que podemos prevenir este tipo de situações? Deverei eu assumir a responsabilidade pelo desaparecimento daqueles que vivem próximos de mim mas sobre quem nada sei? Deverei eu imiscuir-me na vida de quem provavelmente não o quer? Ou será a solidão tão dolorosa que qualquer pergunta, ainda que aos meus olhos inconveniente, seria bem-vinda? 

A vida dá e tira e por vezes a solidão é ela própria o resultado de vidas que de alguma forma a procuraram, ou apenas o resultado de famílias desestruturadas, quebradas e disfuncionais. Outras vezes a solidão chega com a morte de um companheiro e instala-se sem pedir permissão.

E nós o que podemos fazer? O que devemos fazer? O que está ao nosso alcance? Estará a sociedade providência a falhar? E o estado providência? Terá entrado numa espiral de onde já nunca mais vai sair?

Só na última semana foram descobertos os corpos de quatro idosos que morreram sós... Como poderemos combater a solidão e dar a mão a quem dela precisa mas não a pede? Urge pensarmos nisto!

À segunda...

À segunda tudo parece correr melhor...

Nas segundas-feiras estamos cheios de energia para a semana que vai começar.

Da segunda vez geralmente já não nos enganamos no trajecto a percorrer. Mesmo que corra mal já sabemos com o que contar.

À segunda já nos sentimos mais seguras e não nos deixamos ir em conversas.

Em fim... à segunda, a experiência da primeira, tem o condão de nos pôr à-vontade e mais tranquilas. 

À segunda, mesmo que não tenhamos a certeza absoluta do caminho sabemos que lá vamos chegar, sabemos que nosso instinto é o melhor conselheiro e que no final tudo acabará por correr bem!

O Vitinho faz hoje 25 anos

Passeio aos peões

Assisti hoje a uma cena infelizmente muito comum em Portugal.

Ia eu pelo passeio, com a minha majestosa barriga de 9 meses, quando vejo um carro aproximar-se devagarinho, já muito perto de mim faz pisca e começa a subir o passeio do meu lado. Eu abrandei o passo e o condutor, como se não fosse nada com ele, estacionou o carro com duas rodas em cima do passeio. Nesse momento fui forçada a parar e  a fazer malabarismos para conseguir passar na nesga de passeio que sobrou ao lado do carro. O condutor riu-se e não quis saber.

Estava outra pessoa para passar no sentido contrário que teve que esperar que eu passasse para poder depois circular na via que nos está destinada enquanto peões, o passeio. Se eu apesar de fazer um ar muito espantada em direcção ao motorista acabei por não lhe dizer nada a outra senhora gritou-lhe bem no vidro da frente, gesticulando freneticamente:

- "Isto é incrível! Havia de ser em Espanha! Em Espanha nem sabe o que lhe faziam!"

Bem, eu não sei o que lhe fariam em Espanha mas em Portugal bem que lhe podiam passar uma bela de uma multa por estacionamento incorrecto e ainda por falta de civismo!

Hieroglifos

Este fim-de-semana vi na RTP uma daquelas reportagens que só nos apetece mudar de canal, tal a incompetência do jornalista. Desculpem... mas não tem outra designação! 

A nossa jornalista deslocou-se ao Aeroporto da Portela para entrevistar portugueses "corajosos" e egípcios saudosos de voltar a casa que se encontravam à espera para embarcar no vôo das 13h para o Cairo. A dita jornalista terá travado conhecimento com uma artesã egípcia a viver em Portugal há já alguns anos. Percebia-se que tinham falado um pouco antes da entrevista pois para além do nome da mesma e da profissão a jornalista já sabia também o nome da criança. Ou seja, aparentemente a jornalista ter-se-á minimamente preparado para entrevista que ia fazer de seguida em directo. Ou não...

As perguntas andaram todas à volta do seguinte: "O que sabe sobre os conflitos no Cairo?" "Tem conseguido comunicar com a sua família?" "As comunicações têm sido fáceis?" "Já sabia que o governo caiu?".

Bem, o que vos posso dizer é que a nossa imigrante egípcia ficou de olhos vidrados na jornalista, deu umas quantas respostas sem sentido e acabou por lhe dizer "Desculpa, eu não percebe!"

Onde é que eu quero chegar? Bem, ponham-se no papel de alguém que fala e compreende um português muito básico e depois coloquem-lhe questões com "palavrões" como: conflitos; comunicação e governo. A entrevistada não percebeu absolutamente nada e a alhos respondeu bugalhos. A entrevista em directo foi um "flop" e a culpa foi claramente da jornalista que não soube adaptar o seu discurso. Ser um bom jornalista passa por conseguir entrevistar o nosso Presidente da República, assim como um idoso de 80 anos que viveu toda a sua vida no interior do país ou mesmo um imigrante que mal fala a nossa língua, certo?