Histórias...

A imaginação das crianças é algo de fantástico. Fico completamente deslumbrada com a capacidade que a MR demonstra em criar histórias e adaptá-las.

Cá por casa o faz-de-conta é brincadeira diária e estando um novo bebé para chegar geralmente os papéis de mãe, pai e manos são distribuídos por ela a todos. Claro que ela é a mãe e nós somos os três manos, e que mãe que ela é! Dá-nos muitos mimos mas é bastante exigente. Outras vezes decide que vai ser ela a bebé e nesse caso ou acabou de nascer ou ainda está minha barriga.

Depois ainda temos a outra vertente: as histórias. Acredito que a minha filha tem um problema sério de adição, o vício das histórias. Não há dia em que nesta casa não tenham que se contar quatro ou cinco histórias sem livro e mais duas ou três histórias com livro. Depois há outra questão, a MR não facilita! Ora vejam:

- Truz, truz! - E a bruxa má bate à porta da casa dos sete anões, levando uma maçã para a Branca de Neve.
- Pai, mas a Branca de Neve não abre a porta.
- Truz, truz! -Repete a bruxa má.
- Pai, mas a Branca de Neve não abre a porta nem a janela.
- Truz, truz - A bruxa volta a bater.
- Oh pai! Não percebes?! Estamos a inventar! Ela não abriu a porta nem a janela! O que é que aconteceu depois?


- E a Cinderela desceu as escadas a correr e perdeu o seu sapatinho de cristal.
- Não avô, desta vez ela não perdeu o sapatinho.
- Não?! Então?!
- Então avô, continua, mas ela não perdeu o sapatinho.

Depois temos as outras versões:

- Quero uma história com... um dragão, uma princesa e uma fada madrinha.

Ou ainda:

- Pai uma história da baleia "Noddy Dick" (que cá por casa é a ajudante oficial de todas as criaturas marinhas), com uma sereia.

Enfim, os exemplos seriam intermináveis.

Mas é assim que ela nos vai ajudando a todos a estimular a nossa imaginação e criatividade, obrigando-nos a sair do conhecido e entrar no desconhecido, a sairmos da nossa moldura quadrada e a criar formas novas.

4 comentários:

  1. Gostar de ler e gostar de livros é isto. Pode parecer contraditório mas, cada vez mais, acho que ler não é um hábito que se com regras do género: ler sempre um livro à hora x ou ter isso como actividade pré-definida. Ler, gostar de livros é assim que surge, do cruzamento entre os livros, a criatividade, a partilha das histórias e das ideias.

    Beijinhos
    COutono

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  2. Esta era a historia de que te falei no outro dia que o meu sobrinho adorava, va-se la saber quem lhe deu o livro...

    http://www.slideshare.net/raquelcrseabra/o-joo-porcalho

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  3. Acho que a MR vai adorar o João Porcalhão :)

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  4. Fantástico ela ser assim. E é tão bom sonhar e fazer sonhar!

    O A. tem esse livro do "João Porcalhão" e farta-se de rir com ele. :)

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