Coração nas mãos

E quando alguém nos agarra na criança perguntando:

- "Posso pegar-lhe?! Já tenho saudades de pegar em bebés tão pequeninos... Anda cá lindo!"

- "Ahh, sim, claro" - Disse eu com o coração nas mãos... Mal conhecia a senhora, mas é prima de uma prima, não tinha ar de louca... enfim... estávamos num ambiente controlado e teria que arranjar uma boa desculpa para dizer que não. Também, que mal poderia acontecer?!

Talvez tenha sido a meia hora de maior ansiedade desde que ele nasceu. Tentei nunca o perder de vista, mas de repente desapareceu-me para a cozinha. Ai... já eu ia a caminho e a pensar numa bela desculpa para os seguir quando reapareceram. Depois como por magia "escondeu-se" com a criança atrás de uma coluna na sala e os meus olhos procuravam e procuravam, tentando não parecer uma mãe galinha e desesperada, mas não os encontrava! Levantei-me, ahhh... ali estão... que sufoco! Tentei por duas vezes aliviá-la do peso que uma criança de quatro meses já tem, tentei dar-lhe espaço para ir comer bolo, mas nada... não o largava!

Quando finalmente tive de novo o meu filho nos braços, apareceu a mãe dela:

-"Posso pegar no bebé? Tão lindo! Que saudades de bebés pequeninos!"

- "Ahhhhhhhhhhhh............. socorrro!" - Gritei eu para dentro em desespero.

3 comentários:

  1. Percebo-te muiiiiito bem. Nessas alturas viramos mesmo mães-galinhas.

    ResponderEliminar
  2. Uffa! Que sufoco. Era prima da prima, mas pelos vistos mal a conhecias... E há qualquer coisa nas pessoas (espero não ser assim nem agora, nem nunca) que faz com que pensem que os bebés são "bens adquiridos". São dos outros, mas são de todos. São do povo! E vai daí, toca a apropriarem-se dos bens. Fazem festas, espreitam para os carros, mexem, fazem considerações sobre a gordura, a educação, o desenvolvimento. Até podem nunca ter sido mães, mas sabem tudo. O pediatra das minhas filhas tem umas teorias boas para explicar estes comportamentos. Falou-me dessas coisas na consulta pré-natal. Parece que tem "explicação". Mas que é chato, é!

    COutono

    Ps - desde que uma mulher me quis convencer que uma das minhas filhas era "um menino" e não "uma menina", não há mais nada a comentar.

    ResponderEliminar
  3. Bem nunca pensei que causasse tanta ansiedade :)
    Bjs Sara

    ResponderEliminar