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Só para perceberem porque é que ando tão ausente...

É assim que eu me sinto...
A minha desorganização mental mantém-se há já algum tempo assim. Ontem:

- Esqueci-me de pôr o saco do ballet na mochila da Maria Rita, portanto não fez aula. Foi designada ajudante da professora e felizmente estava felicíssima com o acontecimento;

- Não me apercebi que o Francisco já não tinha leite e sumos na escola, acabou por ter que beber dos do Manuel e palpita-me que hoje vem a caminho uma diarreia brutal;

- Marquei um almoço com uns amigos sobrepondo-o à festa da escola da minha filha e só me apercebi à noite;

- Fiquei de rever um texto de uma amiga e estava tão cansada que não ia conseguir fazer nada de jeito, fui para a cama (agora estou com peso na consciência);

- Estou a entrar no 3º dia de enxaqueca non stop...

Partilhar

Cá em casa a "luta" ultimamente tem recaído muito sobre a partilha, a importância de partilhar e o que isso depois nos traz de volta, ainda naquele momento possamos ter uma sensação de perda.

E a verdade que fico muito feliz que ver que a MR já interiorizou e que a partilha já vem dela e já não precisa de ser incentivada. Claro que quer ser valorizada por este facto e portanto faz sempre questão de anunciar a sua boa ação aos sete ventos, mas o certo é que já o faz sem que lhe seja pedido. É a primeira a dizer "Manuel, tenho bolachinhas queres?" "Já acabaste o teu chocolate? A mana dá-te um bocadinho do dela".

No fundo por vezes acaba mesmo por ficar prejudicada pois ela guarda sempre para o fim aquilo que mais gosta, por exemplo, as salsichas. Ora o Manuel não, se gosta de salsichas, come-as primeiro! Portanto já ele comeu as deles e ela, com a sua alma caridosa ainda nem provou as suas e já lhe está dar alguns pedaços. Se com a MR isso funciona muito bem, o Manuel, com os seus quase três anos, está numa fase em que a partilha é extremamente dolorosa e assim que eu digo "Partilha com a mana" Ele lança-se em voo sobre aquilo que está a comer, põe na boca rapidamente e diz, com a boca já atafulhada de comida "Não". Claro que ela fica triste, diz-lhe que nessa semana já foi muitas vezes boazinha para ele, eu zango-me e ele lá lhe dá qualquer coisa. Mas tudo me indica que vamos no bom caminho e no fundo o vídeo abaixo o que me diz é que a partilha nos é inata...


Volta Primavera...

Volta Primavera...
traz-me de novo sol e leva a chuva embora, podes até trazer todas as alergias e pólenes, poeiras e sei lá mais o quê, mas por favor... LEVA DAQUI AS GRIPES E AS VIROSES E AS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS!

Juro que já não aguento mais um mês assim. É que neste momento já não são apenas as crianças, somos também nós, os adultos, a "cair que nem tordos". O homem cá de casa esteve de cama, com gripe, febre, hummmm... fraquinho!

Pois é, mas o "fraquinho" pegou a gripe aqui à "fraquinha" que desde domingo à noite que não sai de casa, a não ser para ir ontem ao hospital. Do hospital voltei com o diagnóstico de uma gripe que evoluiu para infeção respiratória "Ainda não é pneumonia - disse a médica - mas tem que fazer 10 dias de antibiótico, ok? E se for preciso volta cá na 2ª-feira que estou banco e vejo-a de novo".

WTF?! Pneumonia?! 10 dias de antibiótico?! Mas há a possibilidade de não melhorar até 2ª?!

Enfim, este Inverno tem sido tão difícil que já nem consigo refazer o historial de doenças desta família. Só a MR é que continua quase diariamente a dizer-me "Mãe, vê lá se tenho febre", na esperança de que alguma doença a faça ficar em casa e nada... felizmente nada lhe pega, para seu grande desgosto! 

Não fales com estranhos...

Tão verdadeiramente assustador...
 
Por mais que eduquemos os nossos filhos é sempre muito difícil resistir a um doce e a um sorriso.
 
Lembro-me que os meus pais sempre me passarem essa mensagem "nunca falar com estranhos". Mas um dia estava o meu pai a estacionar o carro, a minha mãe a falar com um casal amigo e eu vejo debaixo de uma árvore um grupo de pessoas com um saco enorme de pacotes pequenos de amendoins. Detive-me durante uns instantes a olhar para eles e eles acenaram-me um pacote e perguntaram, "Queres?" E eu quis e fui e quando a minha mãe se apercebeu já eu vinha com o pacote na mão. Fui chamada à atenção e tenho ideia que acabei por, por opção, não comer os amendoins, tenho ideia que não consegui, que percebi o quão errado tinha sido.
 
Mas o que é certo é que fui, sem pensar duas vezes...
 
 

Calor de Outono

A minha amiga foi-se embora. Foi-se embora e não despedi dela, foi-se embora e não tivemos tempo para dizer "Até já".
 
Era a minha amiga mais próxima, a "amiguinha" (como nós costumávamos dizer). Foram 15 anos de cumplicidade e de uma empatia imediata. Era uma das pessoas a quem no ISCTE, ainda antes de nos conhecermos, eu dizia sempre "Olá" ou a quem esboçava um sorriso nos corredores.

Eramos tão diferentes... mas essa diferença complementava a nossa amizade. Ela adorava bolinhas e sapatos com berloques, eu detesto ambos. Ela não tinha paciência para formatar documentos e pô-los bonitinhos, com espaçamentos e tamanhos de letras xpto. Era eu que por vezes lhe fazia esse trabalho. Ela adorava livros e o cheiro dos livros trazia-lhe sempre recordações de um qualquer momento passado, escrevia nos livros, apontamentos feitos à margem da página, já eu, que também gosto de livros, adoro gadgets e já não passo sem o meu e-reader.
 
Ela era de uma inocência que por vezes dava vontade de rir, muito ansiosa e super curiosa e interessada por tudo o que a rodeava. Sempre a querer saber mais e mais, era muito trabalhadora e tão inteligente... Adorava dançar...

Partilhámos casa, amigos, desgostos de amor e os amores da nossa vida, partilhámos dores que nunca esperámos que nos assolassem e expectativas, expectativas que se concretizaram e algumas que foram embora com ela. Assim como foram algumas das confissões e partilhas que fizemos...
 
Os últimos meses quebraram-nos as rotinas, deixámos de falar diariamente no Messenger, parámos com os almoços que tentávamos sempre que fossem semanais (apesar de nunca o serem), acabaram com os telefonemas tontos, sobre assuntos tontos mas que nos faziam rir. Mas apesar disso estávamos ali uma para outra, a fazer um stand-by numa vida que ela iria retomar em breve, que a maldita doença queria mas que, pensava eu, nunca iria conseguir roubar.

Durante 15 anos fomos uma presença constante na vida da outra e agora a minha amiga foi embora. A doença ganhou e levou-a e deixou-me a mim a morrer de saudades...

O Senhor de tudo

A vida consegue ser tão injusta, tão injusta que nos revolve as entranhas. O que às vezes apetece é ficar cara a cara com esse ser superior que se diz Deus e perguntar-lhe quais exactamente os seus desígnios para o Universo e para cada um de nós e depois pedir-lhe contas e justificações pelo sofrimento causado a quem não o merece e pedir-lhe também contas e justificações por aquilo que só podem ser erros de casting - o papel atribuído ao ator errado. 

Dizem que é a Ele que devemos recorrer para nos dar força e para enfrentarmos as contrariedades da vida. Dizem que é Ele o Ser supremo, Senhor de tudo. Senhor da vida e da morte? Mas que poder é este? Dizem que Lhe podemos e devemos agradecer as graças que nos são concedidas, mas e então não O podemos culpar pelas DESgraças?

Sinto-me cada vez mais distante desse Ser que se diz omnipotente, omnipresente e omnisciente... Sou cada vez menos capaz de lhe pedir e de lhe agradecer.

Os MILAGRES acontecem mas cada vez lhes atribuo um significado menos bíblico. Acontecem mas somos nós que os operamos. Alguém que não pode ser culpado pelos males que nos acontecem também não pode ficar com os louros dos acontecimentos extraordinários e fora do expectável...