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A barriga da mãe

No outro dia a minha filha disse-me: 


- Mãe, vou para a tua barriga. Vou para a tua barriga crescer mais um bocadinho, está bem?


Ai que vontade que eu hoje também tinha de ir para a barriga da mãe e ficar por lá à espera das férias!

Faz de Conta

Há dias em que me apetecia viver no mundo do "Faz de Conta".

Hoje por exemplo o dia lá em casa começou com três porquinhos que se escondiam do Lobo Mau debaixo dos lençóis, eu, a quem foi designado o papel de Lobo Mau, procurei-os e voltei a procurar. Finalmente quando os encontrei comi uns narizes e umas orelhas... hummm, que saborosos e tenrinhos que eram!

Quando já estava a tomar o pequeno-almoço um dos Porquinhos meteu-se debaixo da minha camisola dizendo:

-"Mamã Porquinha!!! Estou na tua barriga, sou um Porquinho bebé que ainda não nasceu! O mano é o Porquinho bebé mais crescido!"

Apetecia-me ter ficado em casa, com a minha família de Porquinhos e brincar, brincar, brincar o dia todo!

Estamos em directo para a RTP minha Srª...

Já há uns tempos tinha dado a minha opinião sobre as entrevistas em directo televisivo mas não me aguento e cá vai de novo... não há "pachorra"!

O jornalista corre para entrevistar quem não quer ser entrevistado; quem não quer aparecer na televisão; quem  não tem nada a dizer sobre o assunto ou simplesmente tem vergonha de expor publicamente a  sua opinião. 

De vez enquando lá aparece uma ou outra pessoa que diz alguma coisa com sentido, mas geralmente as contribuições são sempre muito pobres.

Não tenho paciência para estes programas, incomodam-me até ao tutano!

A carta da morte

Não consigo apagar da minha cabeça as imagens que, não vendo, imaginei. Imagens que sobrepus às visionadas e que me lançam num mar de desconforto, apreensão e que me deixam incomodada. A única coisa que vimos foi uma cozinha, com uma mesa e um frigorífico. Vimos um sapato caído. Vimos inúmeras vezes a janela com as persianas ainda abertas. Imagino o cão que agonizou durante semanas sem água nem comida até que se esvaiu e se consumiu nessa morte lenta. Prefiro imaginar que a sua dona teve morte imediata. Não consigo pensar noutra que não uma morte súbita. Não consigo nem quero. 

No dia em que soube a notícia acordei várias vezes durante a noite e antes de adormecer lá me vinham à cabeça estas imagens macabras. Pensava na dor que alguém deve sentir quando partimos e pensava nestas pessoas que não têm quem lhes sinta dor, quem lhes sinta saudades ou quem se preocupe verdadeiramente. Pensava se todos nos deveríamos sentir culpados por situações como esta e acho que era isso que no fundo me assombrava, a culpa.

Como é que podemos prevenir este tipo de situações? Deverei eu assumir a responsabilidade pelo desaparecimento daqueles que vivem próximos de mim mas sobre quem nada sei? Deverei eu imiscuir-me na vida de quem provavelmente não o quer? Ou será a solidão tão dolorosa que qualquer pergunta, ainda que aos meus olhos inconveniente, seria bem-vinda? 

A vida dá e tira e por vezes a solidão é ela própria o resultado de vidas que de alguma forma a procuraram, ou apenas o resultado de famílias desestruturadas, quebradas e disfuncionais. Outras vezes a solidão chega com a morte de um companheiro e instala-se sem pedir permissão.

E nós o que podemos fazer? O que devemos fazer? O que está ao nosso alcance? Estará a sociedade providência a falhar? E o estado providência? Terá entrado numa espiral de onde já nunca mais vai sair?

Só na última semana foram descobertos os corpos de quatro idosos que morreram sós... Como poderemos combater a solidão e dar a mão a quem dela precisa mas não a pede? Urge pensarmos nisto!

Por hoje chega


Será que se nota que estou com ânsias de escrever e com demasiado tempo livre?!?!?



Olhares

Um olhar diz muito... quase tudo: seja o olhar que cruzamos com alguém, o olhar que evitamos ou mesmo o olhar que procuramos incessantemente até encontrar.

O olhar diz tudo aquilo que as palavras não permitem e que o nosso consciente não quer dizer.

Os olhos sorriem por nós, choram para nos limpar a alma, piscam com ar maroto ou fecham-se e tentam ignorar o que nos rodeia.

Está tudo ali... que pena nem sempre o conseguirmos "ver"!