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Francisco

A imagem abaixo traduz aquilo que o olhar do Francisco diz ao pai sempre que se aconchega perto de mim ou quando está mo meu colo e afasta o pai da "sua mãe".
 
Não gosta que o pai me dê beijinhos e se o pai o faz ele faz o mesmo logo a seguir. E está sempre de mão esticada, para o afastar, desta sua mãe que ele quer só para si!
 
A mãe fica com pena do pai, que também merece mimos, mas fica tão feliz por este filho ser tão mimocas com ela!
 

Zangas dos manos

MR - Manuel!!!! Não gosto mais de ti! Não fazer isso assiiiiiiimmmmmmmm! (choro)

Manuel - Gotas sim!!! (completamente indignado)

MR - Sim gosto [como se não fosse nada com ela], mas não pode seeeeeeeerrrrr!!!! (e continua a choramingar)

Salvos pelo Amor

Numa entrevista ouvi a Diane Keaton dizer que nós os humanos somos salvos pelo amor e essa expressão ecoou-me dentro do peito e de repente fez-me todo o sentido... Salvos pelo Amor...

Li há pouco tempo esta notícia, acerca de um bebé prematuro, de 27 semanas que foi salvo, exactamente pelo amor, pelo amor de uma mãe que não aceitou a sua morte e que, certamente por milagre da natureza, o trouxe de volta à vida.

Tudo isto me transportou para a Ana Sofia, uma bebé de 25 semanas que ao nascer com 24, pode muito bem ter sido salva pelo amor que os pais já lhe tinham,ainda antes dela nascer. Embora a mãe ainda não tenha consciência desse facto o seu nascimento prematuro foi um acto de amor e uma vontade desesperada de a salvar (o não nascimento significaria uma morte, muito mais prematura que o seu nascimento). A mãe da Ana Sofia foi ela também "vítima" do imenso amor do marido, que passou dias a fio à sua cabeceira, a transportá-la de médico em médico, a correr a meio da noite para o hospital (onde por vezes só a podia ver da janela, tal Romeu e sua Julieta) e a envolvê-la neste sentimento basilar que é o amor.

Deixarmo-nos abraçar pelo amor que os outros nutrem por nós é um processo fundamental na cura. Abrirmo-nos aos que nos amam, sentirmo-nos diariamente agradecidos por termos amor nas nossas vidas é essencial para nos pacificarmos connosco e com os outros. O amor não é obrigatório, não é instintivo e não é inesgotável.  E termos noção destas premissas é meio caminho andado para ele se torne voluntário, consciente e infinito. 

Por vezes não é fácil deixar-nos ir, é preciso uma confiança extrema em nós próprios e nos outros para nos entregarmos ao seu amor. Mas é isso que um recém-nascido faz, entrega-se completamente ao amor dos pais, ele é a mãe e a mãe é ele e é assim durante os primeiros meses de vida. São apenas um, vêem-se e sentem-se como um, num amor que é maior que a vida. Quando crescemos essa entrega é-nos mais difícil e por vezes parece até doer, mas é essa mesma entrega que, por mais antagónico que pareça depois nos torna livres, que nos dá asas e nos salva. E essa entrega é sem dúvida o amor.

Por entre palmeiras

Caminhavam juntos no parque, mão na mão. Caminhavam em silêncio. Não havia muito a dizer. O papel acabado de chegar falava por si. Tinha sido mobilizado para Angola. 

"Devíamos ter dado o salto antes de o chamarem..." - Pensava ela.

"Raios... porque é que não nos fomos embora enquanto podíamos?!" - Pensava também ele.

"Será que ele me vai pedir que vá com ele para o Ultramar?"

"Se calhar casávamos já e leva-a para lá... vivia com os meus Tios mas sempre estávamos juntos ao fim-de-semana..."

"Se ele me pedir aceito..."

"Não tenho coragem... não se faz... levá-la para longe dos pais e da irmã..."

- Eu vou mas volto! - disse ele.

- Eu espero por ti... - disse ela.

E assim continuaram, a caminhar juntos por entre palmeiras.

Mãos

Toda a vida teve umas mãos rudes, de trabalho. Umas mãos calejadas, de pele grossa e encardida pelo tempo e pelo trabalho. Eram umas mãos daquelas em que qualquer corte parecia não conseguir fazer sangue, das que apanham urtigas sem se queixar. Mãos deformadas pelo reumático e pelas artroses. 

Mas a vida e a doença levaram-lhe essas mãos. Levaram-lhe essas mãos que encerravam em si tantas histórias. Tem agora umas mãos que não trabalham, de unhas limpas e de pele lisa e fina. Hoje em dia as suas mãos parecem sucumbir a qualquer golpe que surja. São agora umas mãos magras, delicadas e que se apoiam nas nossas para continuar. E é assim que o levamos agora e o arrastamos para a vida, de mãos dadas nas nossas...

Chama-se Lyonce Viiktóryia...

...e é a bébe do momento!

A nossa querida "Floribela" e o nosso ainda mais querido jogador do "grande" SCP, Yannik Djaló foram pais!

O nome escolhido prima pela originalidade e pelo valor afectivo:

"Lyonce da fusão de Luciana e Yannick e Viiktórya pelo nosso amor ter triunfado e ter vencido todos os obstáculos e má língua de tanta gente, principalmente daqueles que até hoje só apareceram na nossa sombra, graças à nossa luz e por sermos figuras públicas tão mediáticas." - afirma o casal.

Desejo à família a maior das felicidades (Vovó Bia e Titi Luísa incluídas) e desejo também que consigam registar a criança com este nome escolhido com tanto amor:

Lyonce Viiktóyia Abreu Djaló

Saibam mais em Luciana-abreu.org

Amores improváveis

Conheço uma hera que se enamorou de cipreste... a sério! Não acreditam? Juro! E ainda para mais, um amor tão improvável aconteceu também ele num sítio completamente improvável... bem, não tanto se pensarmos que estamos a falar de ciprestes (árvores dadas a estes ambientes), mas o cenário deste amor foi mesmo um cemitério! Vou contar-vos muito resumidamente esta história.

A verdade é que uma viúva, ao visitar a campa do seu falecido marido, levou umas pontas de hera - desviadas do quintal da vizinha - e colocou-as numa jarra branca e pesada que tinha comprado há já dois anos no Braz & Braz, aquando do infeliz e inesperado acontecimento. Na semana seguinte lá voltou e desta feita com umas rosas (bem mais bonitas que a hera, em seu entender), que era Primavera e o quintal da vizinha estava mesmo florido. Ora! A vizinha também quase não estava em casa, nem se gozava do seu jardim! Ia dizendo para si própria em tom de desculpa, enquanto se penalizava por esta pequena falta.

Bem, mas voltando ao essencial... mudou-se a água da jarra e deitaram-se fora as pontas da hera moribunda. Falta de pontaria, de jeito ou de bom senso, o que é certo é que as pontas da hera, em vez de acertarem no balde do lixo, acertaram antes num monte de ervas, à beira de um cipreste...

Nem preciso de vos dizer o que aconteceu a seguir, é bastante óbvio não é? Ok, apenas uma achega... a dita hera apanhou uma chuvinha de Abril e foi-se esticando até tocar a terra e começar a criar raízes. Este é um processo demorado e enquanto se entranhava e procurava algo para se alimentar foi olhando à volta e viu uma árvore frondosa, linda de morrer". É irónico se pensarmos que estamos num cemitério... mas de facto "de morrer" será mesmo a expressão mais indicada!

O cipreste era lindo e a hera estava a agarrar-se com toda a força que tinha à vida.

Prometi-vos uma história resumida, mil desculpas.... o cipreste fez-se um pouco difícil, mas vocês sabem como são as heras, insistem, agarram-se e quando damos por elas já vão por aí acima. E o que é certo é que a hera foi crescendo, foi-se insinuando e foi beijando cada centímetro do tronco do cipreste, e o cipreste foi abraçando a hera com os seus ramos, e as suas folhas foram-se tocando e trocando carícias. A hera subiu, subiu e agora lá está completamente entrelaçada no seu amor, à vista de todos e despida de preconceitos...

Fica aqui uma foto destes meus amigos... para que possam também vocês ser testemunhas deste amor tão improvável...




Escrito para o blog Girassóis a 18/06/2009


Gravata Roxa

São um casal fantástico... ele tem 78 anos, ela 75. Ela chama-se Maria Amélia e ele António José. Estão casados há 55 anos, conheceram-se, enamoram-se e casaram em 3 meses... foi uma paixão fulminante, diz ele, com um sorriso no canto da boca.

"A minha Maria Amélia trabalhava na loja "Modas d'Ouro", uma boutique fina, de senhora, na Rua Augusta, e eu tinha começado a fazer "escritas" naquele mês para o Sr. Fernando, o dono. Quando entrei na Modas d'Ouro foi ela a primeira pessoa que vi. Dirigiu-se a mim e perguntou: "Posso ajudar?" Aquele sorriso desarmou-me logo ali... ela era linda, tinha o cabelo louro, encaracolado, pelo ombro e uma silhueta de manequim (ainda hoje ela cora sempre que digo isto). Não sei bem como, no meio de toda a minha atrapalhação, lá a consegui convencer a ir comigo ao Condes no sábado seguinte, ao cinema. Bem e o resto? Uma vida cheia!"

"Ai o António José parecia um actor de cinema... era tão parecido com o Van Johnson, um actor daqueles tempos e que entrava com a Elisabete Taylor no filme que fomos ver no fim de semana a seguir a nos conhecermos. Lembro-me tão bem... vimos "A última vez que vi Paris"... enfim, já lá vão 55 anos. Mas sabe, tivemos alguns momentos menos bons, como gosto de dizer, não foram maus, foram menos bons, mas tenho sido tão feliz... que não me importava que viessem mais 55!"

Maria Amélia e António José tiveram 4 filhos e já vão em 9 netos. Ela trabalhou nas Modas d'Ouro até nascer a primeira criança, depois e felizmente ele cresceu na profissão e tornou-se num requisitado e competente "contabilista" da baixa lisboeta. Ela deixou de trabalhar e dedicou-se aos filhos, depois aos netos e sempre, sempre, a ele.

É comum ainda hoje apanharmos a Maria Amélia e o António José de "mão na mão" e em troca de olhares cúmplices. Conseguiram ao longo da vida superar os problemas que foram surgindo e até o problema de saúde, tão grave, que ele teve há dois anos os conseguiu unir ainda mais.

Fizeram votos de se amarem e respeitarem: na saúde, na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe... E foi assim com este sentido de "missão" que os "obriga" a serem felizes que caminharam a par e passo durante os últimos 55 anos.


A ela, dos tempos em que se conheceram ainda lhe reconhecemos, por defeito de profissão, o bom gosto para compor a toilette - a ele a vontade de lhe agradar.

Foi assim que hoje os encontrei, ela levava um cachecol roxo e ele, claro uma gravata roxa... caminhavam lado a lado, de braços entrelaçados...

Escrito para o blog Girassois a 21/01/2010