Caminhavam juntos no parque, mão na mão. Caminhavam em silêncio. Não havia muito a dizer. O papel acabado de chegar falava por si. Tinha sido mobilizado para Angola.
"Devíamos ter dado o salto antes de o chamarem..." - Pensava ela.
"Será que ele me vai pedir que vá com ele para o Ultramar?"
"Se calhar casávamos já e leva-a para lá... vivia com os meus Tios mas sempre estávamos juntos ao fim-de-semana..."
"Se ele me pedir aceito..."
"Não tenho coragem... não se faz... levá-la para longe dos pais e da irmã..."
- Eu vou mas volto! - disse ele.
- Eu espero por ti... - disse ela.
E assim continuaram, a caminhar juntos por entre palmeiras.