Hieroglifos

Este fim-de-semana vi na RTP uma daquelas reportagens que só nos apetece mudar de canal, tal a incompetência do jornalista. Desculpem... mas não tem outra designação! 

A nossa jornalista deslocou-se ao Aeroporto da Portela para entrevistar portugueses "corajosos" e egípcios saudosos de voltar a casa que se encontravam à espera para embarcar no vôo das 13h para o Cairo. A dita jornalista terá travado conhecimento com uma artesã egípcia a viver em Portugal há já alguns anos. Percebia-se que tinham falado um pouco antes da entrevista pois para além do nome da mesma e da profissão a jornalista já sabia também o nome da criança. Ou seja, aparentemente a jornalista ter-se-á minimamente preparado para entrevista que ia fazer de seguida em directo. Ou não...

As perguntas andaram todas à volta do seguinte: "O que sabe sobre os conflitos no Cairo?" "Tem conseguido comunicar com a sua família?" "As comunicações têm sido fáceis?" "Já sabia que o governo caiu?".

Bem, o que vos posso dizer é que a nossa imigrante egípcia ficou de olhos vidrados na jornalista, deu umas quantas respostas sem sentido e acabou por lhe dizer "Desculpa, eu não percebe!"

Onde é que eu quero chegar? Bem, ponham-se no papel de alguém que fala e compreende um português muito básico e depois coloquem-lhe questões com "palavrões" como: conflitos; comunicação e governo. A entrevistada não percebeu absolutamente nada e a alhos respondeu bugalhos. A entrevista em directo foi um "flop" e a culpa foi claramente da jornalista que não soube adaptar o seu discurso. Ser um bom jornalista passa por conseguir entrevistar o nosso Presidente da República, assim como um idoso de 80 anos que viveu toda a sua vida no interior do país ou mesmo um imigrante que mal fala a nossa língua, certo?

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