Calor de Outono

A minha amiga foi-se embora. Foi-se embora e não despedi dela, foi-se embora e não tivemos tempo para dizer "Até já".
 
Era a minha amiga mais próxima, a "amiguinha" (como nós costumávamos dizer). Foram 15 anos de cumplicidade e de uma empatia imediata. Era uma das pessoas a quem no ISCTE, ainda antes de nos conhecermos, eu dizia sempre "Olá" ou a quem esboçava um sorriso nos corredores.

Eramos tão diferentes... mas essa diferença complementava a nossa amizade. Ela adorava bolinhas e sapatos com berloques, eu detesto ambos. Ela não tinha paciência para formatar documentos e pô-los bonitinhos, com espaçamentos e tamanhos de letras xpto. Era eu que por vezes lhe fazia esse trabalho. Ela adorava livros e o cheiro dos livros trazia-lhe sempre recordações de um qualquer momento passado, escrevia nos livros, apontamentos feitos à margem da página, já eu, que também gosto de livros, adoro gadgets e já não passo sem o meu e-reader.
 
Ela era de uma inocência que por vezes dava vontade de rir, muito ansiosa e super curiosa e interessada por tudo o que a rodeava. Sempre a querer saber mais e mais, era muito trabalhadora e tão inteligente... Adorava dançar...

Partilhámos casa, amigos, desgostos de amor e os amores da nossa vida, partilhámos dores que nunca esperámos que nos assolassem e expectativas, expectativas que se concretizaram e algumas que foram embora com ela. Assim como foram algumas das confissões e partilhas que fizemos...
 
Os últimos meses quebraram-nos as rotinas, deixámos de falar diariamente no Messenger, parámos com os almoços que tentávamos sempre que fossem semanais (apesar de nunca o serem), acabaram com os telefonemas tontos, sobre assuntos tontos mas que nos faziam rir. Mas apesar disso estávamos ali uma para outra, a fazer um stand-by numa vida que ela iria retomar em breve, que a maldita doença queria mas que, pensava eu, nunca iria conseguir roubar.

Durante 15 anos fomos uma presença constante na vida da outra e agora a minha amiga foi embora. A doença ganhou e levou-a e deixou-me a mim a morrer de saudades...

Happy!


Como diz o meu pai "Se lhe pusessem uma palhinha até levantava voo!" :)

Papas de aveia com mel!

Todos os dias tomo o meu pequeno-almoço com a minha amiga Vanessa. Na verdade ela não está cá em casa, ok, não tomo mesmo o pequeno-almoço com ela, mas juro que todos os dias desde há uns meses para cá, quando preparo o meu pequeno-almoço penso nela. Porquê? Porque como algo que sei que ela adora e que provei pela primeira vez feito por ela, numa casa em Benfica, há muitos, muitos anos atrás.
 
Papas de aveia! Hummm e que pequenos-almoços deliciosos! Descobri que a Bimby faz umas papas de aveia fantásticas e que não dão trabalho nenhum. Antes de dar os pequenos-almoços às crianças meto tudo na Bimby e 9 minutos depois está pronto.

Deixo-vos a receita para ver se as minhas amigas bimbólicas se entusiasmam!

35 gr de aveia
10 gramas de mel ou 2 colheres de chá de açúcar
220 gr de leite
canela a gosto

Velocidade colher inversa, 9 minutos, 90º

Estas quantidades dão para uma dose, No final pode-se juntar fruta, eu geralmente junto morangos ou banana. Juro-vos que ficam uma delícia! Não dá trabalho nenhum a fazer e tem tudo o que é preciso para um bom pequeno-almoço: proteína, cerais e fruta.

I love my porridge!

PS: Amanhã se me lembrar tiro uma foto ao meu pequeno-almoço e venho pô-la aqui.

O holidays, Where Art Thou?

Estou de férias há duas semanas, mas não parece nada.  Há duas semanas de férias, já com quatro idas ao médico em cima, duas passagens pela farmácia e vários, vários dias sem sair de casa. Balanço feito dá uma otite e um princípio de pneumonia.
 
Felizmente as férias este ano vão ser longas e certamente irão compensar este começo tão atribulado.
 
Vamos começar pelas férias do costume, uns dias em casa dos pais e outros em casa dos sogros. Mas a novidade vem mesmo no finalzinho das férias, com uma ida para a Culatra que de certeza nos vai saber a mel! Sem procurarmos surgiu esta oportunidade de irmos com uns amigos e praticamente não hesitámos, era mesmo assim que queríamos terminar as nossas férias.
Dizem que a ilha é paradisíaca, super tranquila e ideal para ir com crianças.
 
Esperemos que sim, que a expectativa é grande!
 

A resposta do Francisco ao post anterior

  b nk .0000000000000000000000000009i. b 
00 cv mn   7ikj nbbbbbbr5bhc uy4g4vercrtn hhhhhhh:_Che bnnn-

Dimensões
Comprimento457 cm
Largura186 cm
Altura173 cm
Peso-
mjkiui.-ç0,wcv axc nn6to0..ç

1984 kg,,.-
-lçop+p'+e4,kmj,fgtyaqwopo.çº22911

(não me perguntem como mas ele conseguiu fazer paste e colar algo em que eu tinha andado a mexer ontem... Ah! Já voltou para o chão e chora que nem um desalmado porque quer.... vejam lá se adivinham.... COLO!!!!!)

Colo

Por favor... alguém que explique ao meu filho Francisco que não é humanamente possível andar sempre com ele ao colo. Colo é bom, é muito bom, mas colo sempre é muito mas muito cansativo.
Francisco, eu sei que tu ainda não andas mas rebolas tão bem! Consegues marcar o teu destino e rebolar até lá sem dificuldade. Então, quando quiseres colo pensa primeiro senão dá para rebolar... por favor! (doente em casa há seis dias, quatro deles com febre deu nisto. Mimo... muiiiiito mimo :)

Ah benfiquistas!

MR - Mãe, o presidente é que presidente do quê?
Mãe - Então o presidente chama-se Cavaco Silva e é presidente de todos os portugueses, é o nosso presidente porque nós somos portugueses.
Manuel - Eu ica! (tradução: Eu sou do Benfica!)
 
--------------
 
O pai aqui já não se safa! Tanto a MR como o Manuel se assumem como Benfiquistas, se bem que ela, vira casacas, quando está com o pai diz que também é um bocadinho do Sporting (depois vem por trás dizer-me "Mãe, é só para o pai não ficar triste porque eu sou mais do Benfica, ok?)
O Manuel assume claramente a sua preferência clubística e diz descaradamente ao pai:
 -Pai óting, Nuéu ica! (tradução: O Pai é o sporting, o Manuel é do Benfica!)
 

A bebé!

Lembram-se desta história?! Pois é, parece que a nossa amiga resolveu constituir família e estava eu muito bem, na casa de banho, quando de repente olho para o lado e vejo este querido e adorável animalzinho bebé mesmo ao meu lado. Para referência de tamanho, ela está dentro da pá, para onde a "varri", portanto é mesmo pequenina. Levei-a para a varanda e tenho a certeza que ela, embora timidamente, ainda se mexia.
Mas a verdade é que infelizmente esta bebé morreu e o seu cadáver está neste momento a secar ao sol na varanda pois ninguém teve coragem de lhe dar um fim mais digno. A MR ainda sugeriu que a puséssemos numa caixa e levássemos para a escola, para ela mostrar aos colegas, algo a que eu imediatamente respondi: "Isso é com o teu pai! O pai não se chegou à frente, vá-se lá saber porquê!
 
Agora, no ano passado foi a mãe osga, agora a filha osga... hum... não sei se quero saber onde anda o pai osga e espero muito bem que esta família siga a tendência, tão em voga no nosso país, do filho único, e que não me apareça aqui uma família numerosa!
 

Que canseira...

Quando tinha apenas um filho sentia-me tão cansada, sentia que apesar da felicidade enorme que era ser mãe os meus dias eram super cansativos. 

Quando passei a ter dois filhos achei que até não era assim tão complicado.Punha o Manuel cedo na cama, ainda tinha cerca de hora e meia para me dedicar totalmente à MR e apesar de ser preciso alguma ginástica para coordenar horários, tudo se fazia.

Agora que tenho três filhos percebo que o cansaço se apoderou definitivamente de mim, um cansaço mental mas sobretudo físico. Sinto-me cansada por estar constantemente a ser solicitada pela MR para mais uma história e sinto que a imaginação se me acaba (e quem me conhece bem sabe que para isso acontecer eu tenho que estar mesmo esgotada), cansada de pensar no que vou fazer para o jantar e cansada de andar como Francisco ao colo,com o Manuel ao colo e com os dois ao colo ao mesmo tempo, cansada dos banhos,dos jantares e das horas de ir para a cama. Não consigo ficar acordada até depois das dez, se me sento no sofá os olhos fecham-se,é inevitável.

Hoje, apenas com um filho a cargo, os dois mais velhos estão desde ontem com os avós,sinto-me em lua de mel comigo própria,com tempo e disponibilidade mental para voltar a escrever, sem a pressão das horas tudo parece mais fácil. Percebo agora que ter apenas um filho é tão tranquilo...

Ai... mas sinto tanta falta dos outros dois! Já telefonei e voltei a telefonar, perguntei por onde andavam, o que estavam a fazer e se tinham saudades. Se me sabe bem estar assim, sim porque de vez enquando sabe e faz bem, por outro lado este circulo familiar só está completo quando estamos os cinco. Mesmo cansada, estafada e de rastos...

Salvos pelo Amor

Numa entrevista ouvi a Diane Keaton dizer que nós os humanos somos salvos pelo amor e essa expressão ecoou-me dentro do peito e de repente fez-me todo o sentido... Salvos pelo Amor...

Li há pouco tempo esta notícia, acerca de um bebé prematuro, de 27 semanas que foi salvo, exactamente pelo amor, pelo amor de uma mãe que não aceitou a sua morte e que, certamente por milagre da natureza, o trouxe de volta à vida.

Tudo isto me transportou para a Ana Sofia, uma bebé de 25 semanas que ao nascer com 24, pode muito bem ter sido salva pelo amor que os pais já lhe tinham,ainda antes dela nascer. Embora a mãe ainda não tenha consciência desse facto o seu nascimento prematuro foi um acto de amor e uma vontade desesperada de a salvar (o não nascimento significaria uma morte, muito mais prematura que o seu nascimento). A mãe da Ana Sofia foi ela também "vítima" do imenso amor do marido, que passou dias a fio à sua cabeceira, a transportá-la de médico em médico, a correr a meio da noite para o hospital (onde por vezes só a podia ver da janela, tal Romeu e sua Julieta) e a envolvê-la neste sentimento basilar que é o amor.

Deixarmo-nos abraçar pelo amor que os outros nutrem por nós é um processo fundamental na cura. Abrirmo-nos aos que nos amam, sentirmo-nos diariamente agradecidos por termos amor nas nossas vidas é essencial para nos pacificarmos connosco e com os outros. O amor não é obrigatório, não é instintivo e não é inesgotável.  E termos noção destas premissas é meio caminho andado para ele se torne voluntário, consciente e infinito. 

Por vezes não é fácil deixar-nos ir, é preciso uma confiança extrema em nós próprios e nos outros para nos entregarmos ao seu amor. Mas é isso que um recém-nascido faz, entrega-se completamente ao amor dos pais, ele é a mãe e a mãe é ele e é assim durante os primeiros meses de vida. São apenas um, vêem-se e sentem-se como um, num amor que é maior que a vida. Quando crescemos essa entrega é-nos mais difícil e por vezes parece até doer, mas é essa mesma entrega que, por mais antagónico que pareça depois nos torna livres, que nos dá asas e nos salva. E essa entrega é sem dúvida o amor.